Ao deixar a mãe e os irmãos, cães recém-nascidos precisam de um pouco mais do que uma cama quentinha dentro de seu novo lar. Assim como os bebês humanos, eles necessitam de cuidados especiais que vão desde a maneira certa de acomodá-los, ao jeito mais indicado de dar banho, cortar as unhas e observá-los durante a troca de dentes.
Logo que chegam à nova casa, muitos filhotes ainda passam pela triste experiência de serem colocados para dormir em locais úmidos, frios e escuros. Isso pode fazer com que sofram hipotermia ou desenvolvam doenças, como resfriado ou pneumonia. Além disso, filhotes podem desenvolver fobia de ficar sozinhos. “Ao passar por esse tipo de experiência, muitos animais adquirem traumas e acabam apresentando problemas de comportamento, quando chegam à fase adulta. Enquanto alguns deles uivam continuamente sempre que ficam sós nestes lugares da casa, outros ficam agitados com mania de arranhar e morder móveis ou de destruir o que vêem pela frente, quando a família sai, por exemplo”, afirma a veterinária Giulliana Tessari.
Primeira noite de sono
Para recepcionar bem o filhote, o tutor precisa ser carinhoso e dar atenção ao bichinho, já que ele provavelmente estranhará bastante o seu novo lar. Quando a primeira noite de sono chegar, é preciso aquecê-lo bem. “Se possível com algum pertence do novo tutor como uma camiseta ou um cobertor. O cheiro vai fazer com que o filhote se sinta mais seguro e confortável”, explica a veterinária. “Até os três meses de vida, os filhotes costumam dormir a maior parte do dia. Por isso, é bom evitar acordá-los ou pegá-los no colo com frequência.”
Acomodações
Na hora de escolher onde fazer a cama do mascote recém-chegado, é preciso escolher um local, onde ele não fique só por muito tempo. Porém, também é preciso evitar locais barulhentos com muitas pessoas. Os cães necessitam sempre ter uma cama limpa, seca e bem aquecida, além de um certo espaço para se alimentar e fazer suas necessidades. Esta área deve ter sombra e ainda ser ventilada. Como os filhotes são muito curiosos, evite que eles fiquem perto de produtos de limpeza, fios, cabos, plantas ou aparelhos eletrônicos menores. “Também é importante que as crianças brinquem com os filhotes somente no chão e não em cima da cama ou do sofá, já que uma queda pode ser fatal. O ideal é que o filhote tenha um cantinho exclusivo, onde conte com conforto e segurança até ganhar mais independência”, completa a veterinária.
Banho
Enquanto ainda são filhotes, os cães têm baixa resistência imunológica. Por isso, o melhor é dar banho em centros especializados que contem com todos os métodos de higienização necessários. Também é aconselhável que o banho aconteça após a primeira dose de vacina que é aplicada em todo filhote, após os 45 dias de vida. “Se o lugar onde o tutor pretende levar o animalzinho para tomar banho não apresentar a higiene necessária, o melhor é que ele só o leve até o local depois da terceira dose de vacina”, explica Giulliana.
No caso de banhos em casa, escolha os horários mais quentes do dia. Não deixe que a água entre no nariz ou nos ouvidos – que podem ser tapados com algodão. O banho também deve ser rápido para evitar que o cão fique doente. Para secá-lo, o melhor é usar tolhas felpudas e um secador com ajuste no morno. ”Para limpá-lo, uma boa opção é usar xampu neutro. Caso o tutor queira realizar uma leve higienização rotineira, ele pode utilizar os banhos a seco que devem ser aplicados com um pano em sentido oposto aos pelos e finalizado com o uso de um secador”, explica a veterinária.
Troca de dentes
Entre o quarto e o quinto mês de idade, acontece a troca de dentes dos cães. Nesta fase, os tutores precisam ficar atentos e se possível levar os filhotes para avaliação de um veterinário especializado, já que nem todos os dentes de leite caem, ao mesmo tempo em que os permanentes começam a crescer. “Quando não são retirados, os dentes de leite remanescentes comprometem a mordedura, o restante da arcada dentária e predispõem a dentição do filhote ao desenvolvimento de placas bacterianas”, alerta a veterinária. “Na tentativa de que todos os dentes de leite caiam e não atrapalhem o desenvolvimento dos permanentes é preciso que o filhote sempre tenha algo duro para morder”, diz Giulliana.
Alimentação
Outro fator importante para a saúde dos filhotes é a alimentação. Entre o primeiro e o segundo mês completo de vida, o cão já pode consumir ração. Ao serví-la, primeiro coloque o pote em frente ao cão no horário que achar adequado alimentá-lo. Se ele não comer em cerca de quinze minutos, não force. Contudo, algumas raças são extremamente frágeis e não podem ficar muito tempo sem comer. Então, tente umedecer a ração com um pouco de água para ficar mais palatável e apetitosa ao cão.
Inicialmente, pode ser que o filhote coma bem em algum horário, mas não queria respeitar os outros. Mesmo assim, não altere a rotina. Com o passar dos dias, ele perceberá que precisa respeitar os horários determinados para se alimentar. “Esse método possibilita que os tutores também observem distúrbios no organismo do cão com mais facilidade, caso ele tenha falta de apetite, depois de se acostumar com os horários estabelecidos”, diz a veterinária. “Para servir a quantidade certa de ração, deve se observar a indicação no rótulo da embalagem. A quantidade descrita é proporcional a idade e ao peso do filhote e deve ser fracionada de acordo numero de refeições, evitando sobrepeso dos animais”, explica Giulliana.
Fonte: Epoca.globo.com | Foto: Divulgação.